A Lei Áurea,
que decretou o fim da escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, foi um
documento que representou a libertação formal do escravo, mas não garantiu a
sua incorporação como cidadão pleno à sociedade brasileira.
O
ex-escravo, abandonado à sua própria sorte, engrossou as camadas de
marginalizados, que constituíam a maioria da população. Não possuíam
qualificação profissional, o preconceito continuava e não houve um projeto de
reintegração do negro à sociedade que acompanhasse a abolição da escravatura.
Expulsos das fazendas e após vagarem pelas estradas foram acabando na periferia
das cidades, criando nossas primeiras favelas e vivendo de pequenos e
esporádicos trabalhos, normalmente braçais.
A escravidão
deixou marcas na sociedade brasileira: a concentração de índios, negros e
mestiços nas camadas mais pobres da população; a persistência da situação de
marginalização em que vive a maioria dos indivíduos dessas etnias; a
sobrevivência do racismo e de outras formas de discriminação racial e social;
as dificuldades de integração e de inclusão dessas etnias à sociedade nacional
e os baixos níveis de renda, de escolaridade e de saúde ainda predominantes
entre a maioria da população.
A
escravidão, portanto, fornece uma chave fundamental para a
compreensão dos problemas sociais, econômicos, demográficos e culturais ainda
existentes na atualidade.
"A abolição é a aurora da liberdade; emancipado o preto, resta
emancipar o branco." Machado de Assis
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