terça-feira, 20 de março de 2012

Dia da Poesia - 14 de março


Os alunos da EMCAS se encantaram com o trabalho realizado para comemorar o dia da poesia. Além de participarem ativamente das atividades proposta, empenharam-se em divulgar a literatura poética para toda comunidade escolar, através de um maravilhoso varal de poesias e apresentação da biografia do consagrado poeta Castro Alves. Os alunos dos 6º anos das professoras Margareth e Carla e os alunos dos 8º anos 105 e 106 da professora Arilza estão de parabéns pela dedicação e pelo maravilhoso trabalho que realizaram.

Navio Negreiro

Castro Alves

(fragmento)

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço

Brinca o luar — dourada borboleta;

E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.



2 comentários:

  1. Como é relevante depararmos com atividades tão enriquecedoras.
    Parabéns pelo maravilhoso trabalho.

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  2. Poesias... encantam a alma e alegram o coração.
    Excelente trabalho, parabéns!

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