sexta-feira, 28 de março de 2014

HISTÓRIA: ELMER O ELEFANTE 

Era uma vez uma manada de elefantes. Elefantes novos, elefantes velhos, elefantes altos, magros ou gordos. 
Elefantes assim, elefantes assado, todos diferentes, mas todos felizes e da mesma cor. Todos, quer dizer, menos o Elmer. O Elmer era o diferente. O Elmer era aos quadrados. Ele era amarelo e cor de laranja, cor - de- rosa, roxo, azul, verde, preto e branco. Ele não era cor de elefante, mas sempre fazia os outros elefantes felizes com suas trapalhadas. Quando havia um sorriso, mesmo pequenino, normalmente era o Elmer que o tinha causado. Uma noite o Elmer não conseguia dormir; estava a pensar, e o pensamento que ele estava a pensar era que estava farto de ser diferente. “ Quem é que já ouviu falar de um elefante aos quadrados”, pensou ele. “Não admira que se riam de mim.” De manhã, enquanto os outros ainda estavam dormindo, o Elmer escapou-se de mansinho, sem ninguém perceber. Enquanto atravessava a floresta, o Elmer encontrou outros animais. Todos diziam: “Bom dia, Elmer.” E de cada vez o Elmer sorria e dizia: “Bom dia.” Depois de muito andar, o Elmer encontrou aquilo que procurava: uma grande árvore. Uma grande árvore coberto de frutos cor de elefante. O Elmer agarrou-se à árvore com toda a sua força, até os frutos caírem todos no chão. Quando o chão estava todo coberto de frutos, o Elmer deitou-se e esfregou-se todo com eles, uma vez e outra vez, cobrindo-se com o sumo dos frutos, até não haver sinais de amarelo, nem de cor de laranja, nem de azul, nem de verde, nem de preto, nem de branco. Quando acabou, Elmer estava parecido com outro elefante qualquer, e foi novamente até a manada. De volta, passou pelos outros animais. Desta vez cada um deles disse-lhe: “Bom dia, elefante.” E de cada vez que Elmer sorriu e disse: “Bom dia, elefante.” E de cada vez que Elmer sorriu e disse: “Bom dia”, muito satisfeito por não ser reconhecido. Quando Elmer se juntou aos outros elefantes, eles estavam todos muito quietos. Alguma coisa havia acontecido? Mas que seria? Olhou em volta: a mesma floresta de sempre, o mesmo céu luminoso de sempre, a mesma nuvem escura que aparecia de tempos em tempos, e por fim os mesmos elefantes de sempre. Elmer olhou para eles que estavam absolutamente imóveis, sérios. Quanto mais olhava para os elefantes sérios, silenciosos, sossegados, mais vontade tinha de rir. Por fim não conseguia agüentar mais. Levantou a tromba e berrou com tanta força: BUUUU! Com a surpresa, os elefantes deram um salto e caíram cada um pro seu lado. “São Trombino nos valha!”, disseram eles, e depois viram Elmer rir perdidamente. “Elmer”, disseram eles. “Tem de ser o Elmer.” E depois os outros elefantes também riram muito. Enquanto estavam rindo a nuvem escura apareceu, e quando a chuva começou a cair em cima de Elmer os quadrados começaram a aparecer outra vez. Os elefantes não paravam de rir enquanto Elmer voltava às cores do costume. “Oh Elmer”, ofegou um velho elefante. “Já tens pregado boas brincadeiras, mas esta foi a melhor de todas. 
Temos que comemorar este dia todos os anos. Vai ser o dia do Elmer. Todos os elefantes vão ter de se pintar e o Elmer vai-se pintar de cor de elefante. E foi isso mesmo que aconteceu. Num certo dia do ano, pintaram-se todos e desfilaram. Neste dia, se vires um elefante todo colorido, já sabe que é Elmer. 

 David Mckee





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